segunda-feira, 4 de novembro de 2013



o silêncio prevalece
meu mundo sucumbe
a tudo que não fui e não sou
o vazio se faz cheio
e transborda

quedo-me fragmentado
em infinitas faces me disfarço
e me desfaço
a razão se faz loucura
e transborda

a palavra perde o poder
o ritmo do meu pulso
cala minha voz
o dia se faz noite
e transborda

de muito além (ou aquém)
de trilhas não pisadas
vem o comando
o ser se faz não-ser
e transborda

(abr/1985)